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quarta-feira, junho 04, 2008

Garotas de programa exclusivas para Adail


As investigações que acabaram na deflagração da operação ‘Vorax’ pela Polícia Federal, dia 20 de maio deste ano, começaram em 2004, mas ganharam ritmo a partir de 2006, quando a PF conseguiu na Justiça Federal as autorizações para monitoramento telefônico dos suspeitos.

As transcrições da PF no processo 2006.32.00.05104-0 mostram que Adriano Salan e Haroldo Portela são responsáveis pela contratação de garotas de programa para o prefeito de Coari, Adail Pinheiro, e seus amigos. Segundo o processo, o empresário Fábio Marques, conhecido como Fabinho, da Mega Models Manaus, e Andréia Domingues, são os principais ‘agenciadores‘ de mulheres para o grupo.

Eles chegam a usar um código para se referir às garotas de programa chamando-as de ‘jornalistas‘. Numa das transcrições, eles chegam a adjetivar chamando de ‘BBC de Londres‘, ‘CNN‘ e, em alguns casos, ‘rádio Caboclinha‘.

Numa outra transcrição, um vereador pergunta a Haroldo quando as jornalistas chegam à cidade. Confuso, Haroldo pergunta se são as ‘jornalistas oficiais ou extra-oficiais‘. O vereador esclarece que são as profissionais que vão fazer cobertura jornalística de algum evento na cidade e não as garotas de programa.

De acordo com a Polícia Federal, esse esquema é financiado possivelmente com dinheiro público, uma vez que as aeronaves que deveriam transportar os doentes do município são usadas para o transporte das mulheres e, ainda, para bandas de música que freqüentemente fazem apresentações no município.

Há um episódio, citado no pedido da PF para prorrogar o prazo de interceptações telefônicas, em que nasceu uma criança com cardiopatia congênita no hospital da cidade e precisava ser, urgentemente, removida para Manaus, o que não ocorreu porque Haroldo Portela precisou usar a aeronave para transportar uma banda de forró.

Em outra transcrição, Adail Pinheiro diz a Adriano Salan que está muito bêbado e pede que agilize a ‘entrega‘ das meninas no barco, que ele está esperando. Salan recomenda calma ao prefeito, ‘senão o coração pifa’.

Quando a operação da PF foi deflagrada, o superintendente da PF no Amazonas, Sérgio Fontes, declarou que um novo inquérito foi aberto somente para investigar o esquema de prostituição, que envolve menores de 18 anos.

Os ‘agenciadores’ chegavam a oferecer ‘modelos’ por até R$ 5 mil, sob a justificativa de participar dos eventos realizados na cidade, sendo que as demais despesas eram custeadas pelos assessores da prefeitura, mas os serviços eram usados exclusivamente pelo prefeito e Adriano Salan. Geralmente, as garotas eram levadas para um lugar chamado por Salan de ’Vidral‘.

Salan, por sua vez, já foi citado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada no Congresso Nacional, em 2004, para apurar a Exploração Sexual Infanto-Juvenil. Na época, ele foi apontado como participante de um programa com adolescentes num barco que ia para o Festival de Parintins.

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