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quarta-feira, junho 04, 2008

Investigações apontam milícia em Coari


Além dos esquemas de desvio de recursos públicos, sonegação fiscal e prostituição, as investigações da Polícia Federal (PF) na operação ‘Vorax’ descobriram um ‘serviço secreto’ paralelo em Coari (a 363 quilômetros a oeste de Manaus), batizado de ‘Comando Delta’, uma milícia a serviço do prefeito Adail Pinheiro.

De acordo com o inquérito 413/2004, que resultou no processo 2006.32.00.05104-0, a que o DIÁRIO teve acesso, o sargento Antônio Carlos Maria de Aguiar é responsável pelo ‘serviço de inteligência’ e segurança de Adail na cidade.

No pedido de interceptações telefônicas feito à Justiça Federal, a PF sustenta que Aguiar trabalha no monitoramento de pessoas que sejam adversárias políticas ou de interesses divergentes do prefeito. Ainda de acordo com a PF, o sargento exerce, freqüentemente, intimidações e ameaças àqueles que não se adequam ao modelo de gestão de Adail.

A PF cita a recente visita dos policiais federais ao município, que foram imediatamente identificados e, a partir daí, acompanhados pela rede de informantes de Aguiar. “Além disso, tem mantido contatos telefônicos com seus homens de confiança que se encontram atualmente na penitenciária do município, acusados de terem praticado um homicídio extremamente cruel e, aparentemente, tem trabalhado para conseguir a liberdade deles, inclusive com o apoio de Adail Pinheiro”, afirma o delegado, no pedido de interceptações telefônicas feito à Justiça Federal.

Um desses homens é o guarda municipal Rildo da Silva Lima que, mesmo preso acusado de assassinato, em novembro de 2007, mantém conversas telefônicas com o sargento. Segundo a PF, Rildo é um dos ‘homens de confiança de Aguiar. Foi numa casa cedida a Aguiar que os agentes federais encontraram os R$ 6,8 milhões guardados em malas, em Coari, no dia 20 de maio.

Na investigação da PF, que aponta o prefeito Adail como chefe da quadrilha, os secretários Adriano Salan, Haroldo Portela e sargento Aguiar aparecem como seus comandantes no esquema. Salan, que é funcionário público do Tribunal de Justiça do Amazonas TJAM), cedido ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), chegou a Coari para trabalhar no Cartório Eleitoral. Logo após a eleição de Adail, tornou-se o homem de confiança do prefeito, após pedir licença do emprego.

Segundo a PF, em pedido de prorrogação de interceptação telefônica em maio deste ano, Salan assumiu recentemente a Secretaria de Administração da Prefeitura de Coari, “ocupando papel de destaque na esfera de poder do município, sendo homem de confiança do prefeito”. No inquérito, a PF sustenta ainda que Adriano Salan continua atuando junto ao Poder Judiciário Estadual, com o fim de obter decisões favoráveis ao interesse do grupo criminoso, chefiado por Adail.

Além disso, Salan continua a promover os eventos festivos privados para o prefeito e seu grupo com a participação de garotas de programa contratadas em Manaus. Para isso, sustenta a PF, o assessor do prefeito freta aeronaves custeadas com dinheiro público. Além da interceptação telefônica, a PF também monitora os e-mails de alguns suspeitos de participar do esquema, assim como as mensagens de texto dos telefones celulares.

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